O que define as suas escolhas?
* Marcio
Alencar
Hora do
almoço, fome chegando e você começa a pensar se sairá para comer em algum
restaurante ou se chamará algum delivery de comida. Essa é uma dúvida cada vez
mais frequente para mim e imagino que para você também. Afinal, temos dezenas
de opções de restaurantes para ir, além dos inúmeros aplicativos de entrega
que, com poucos cliques direto do nosso smartphone, temos uma refeição pronta e
entregue em minutos. Costume, facilidade, rapidez ou preferência? O que define
as suas escolhas na hora de se alimentar?
Novos comportamentos, falta de tempo, praticidade, casas
menores ou até mesmo morar sozinho são alguns dos fatores que levam 34% dos
brasileiros a gastarem com alimentação fora de casa, segundo levantamento
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e
divulgado no final do ano passado. Outro ponto importante nessa transformação é
o uso da tecnologia que reflete não só na escolha do que vamos comer, mas
também onde nos alimentar.
Se até poucos anos atrás, as pessoas iam até os restaurantes,
hoje são eles que precisam "buscar" os clientes. O uso de ferramentas
tecnológicas e a presença nos canais digitais, por exemplo, têm papel cada vez
mais relevante neste relacionamento. Geralmente, antes de conhecer um novo
restaurante, pesquisamos na internet sobre o local para ver como é o ambiente e
o que oferecem. Boa reputação é sempre uma boa pedida, por isso, queremos
também ler os comentários para saber como foi a experiência de outras pessoas
que já o visitaram.
Experiência, sem dúvida, é mais do que uma palavra da moda, é
uma das tendências mais fortes que os estabelecimentos precisam estar atentos.
Na última edição da NRA (National
Restaurant Association) Show, maior feira do segmento de alimentação do
mundo, realizada em Chicago este ano, mais de 100 mil pessoas, incluindo eu,
puderam conhecer as mais novas iniciativas voltadas ao setor, focadas em
personalização do atendimento aos clientes.
O consumidor tem fome de experiência e os mais de um milhão
de restaurantes que existem no Brasil, segundo dados da Abrasel (Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes), não podem ignorar essa nova demanda.
Estamos cada vez mais acostumados com as experiências que encontramos mais
frequentemente no e-commerce, que investem no atendimento mais personalizado e
esperamos isso também nos estabelecimentos físicos.
Qualidade é item inquestionável, mas o preço já não comanda
mais 100% das escolhas. Se o restaurante oferece um ambiente agradável, um
atendimento customizado e proporciona mais do que comida, ou seja, uma
experiência e um propósito, certamente, voltamos.
Um exemplo, de como os estabelecimentos comerciais estão se
adaptando, é ver o crescimento de restaurantes tradicionais e de fast food
incluindo opções veganas em seus cardápios. Uma demanda iminente, já que o
número de pessoas que se declaram vegetarianos chega a 14% da população do
Brasil, ou 29,2 milhões de pessoas, segundo estudo da SVB (Sociedade
Vegetariana Brasileira) baseado nos dados divulgados pelo IBOPE.
Diante de tantas transformações, os estabelecimentos
comerciais contam com algumas ferramentas para atrair e manter fiel os seus
consumidores. O volume de dados transacionados todos os dias em um restaurante
pode ser um excelente recurso, se analisado com inteligência, para melhorar
produtos e serviços ofertados.
Ser mais assertivo, a partir do uso de soluções de Analitycs
e Inteligência Artificial, por
exemplo, possibilita não só conhecer mais cada cliente para poder direcionar
hábitos e oferecer promoções adequadas, mas também permite ao gestor do
restaurante uma maior previsibilidade para o negócio.
Com tantas transformações no setor, é o uso inteligente da
tecnologia que fará a diferença em toda a cadeia. Não importa qual seja a
escolha do consumidor, os estabelecimentos comerciais estarão preparados para
entender e atender seus consumidores.
* Marcio Alencar é diretor de Negócios com Estabelecimentos
Comerciais da Alelo